segunda-feira, 4 de julho de 2011

Respirar para curar

Em uma das edições da revista Vida Natural & Equilíbrio, encontrei um artigo maravilhoso sobre, a importância da respiração correta, ela pode ser a aliada ideal no combate as doenças cronica e uma fonte inesgotável de energia, espero que gostem.


Viva melhor!


Respirar profundamente pode resultar em inúmeros benefícios à saúde, como controle da pressão alta, fim da insónia e redução de ansiedade, estresse e dores crônicas



FOTOS: SHUTERSTOCK
Inspirar, expirar. Parece que essa ação que garante nossa sobrevivência não tem segredo, certo? Afinal, ela é realizada naturalmente, o tempo todo. Mas, na prática, a história não é bem assim. Quando somos bebê, temos uma respiração muito mais profunda - para inspirar, enchemos os pulmões e, depois, ao expirar, empurramos o diafragma, esvaziando os pulmões. Com o passar do tempo, isso muda: os medos e as inseguranças tornam a respiração mais acelerada e superficial e passamos a utilizar apenas 30% da capacidade pulmonar.
O problema é que essa afobação toda compromete a eliminação de toxinas, que se acumulam no organismo por conta do estresse do dia a dia, da alimentação errada, da poluição do ar, entre outros. Assim, abre-se caminho para uma série de encrencas - ansiedade, insónia e fadiga intensa são algumas delas. "Ao respirar profundamente, pode-se eliminar 80% dessas toxinas e evitar o desenvolvimento de quadros prejudiciais à saúde", informa Cristina Armelin, coordenadora da ONG Arte de Viver, de São Paulo, que ensina técnicas de respiração em mais de 150 países.
Bem-estar comprovado
Os benefícios da respiração são cada vez mais estudados e valorizados pela comunidade científica. Para se ter ideia, no Instituto Barrow de Neurologia do Hospital e Centro Médico Saint Joseph, no Arizona (EUA), pesquisadores observaram que pessoas que sofriam de dores crônicas, principalmente a fibromialgia, sentiam menos incómodo ao respirar de forma controlada. "A respiração lenta e profunda, chamada de diafragmática, sinaliza para o nosso cérebro que 'não há perigo à vista'. Logo, há um potencial de relaxamento intenso", explica José Alberto Neder, chefe da disciplina de Pneumologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e coordenador do Setor de Função Pulmonar e Fisiologia Clínica do Exercício.
Ainda de acordo com o especialista, o alívio da angústia associada a dores e outros sintomas estressantes é um fator que auxilia no tratamento de qualquer tipo de enfermidade. No caso de doenças como enfisema ou bronquite crônica, por exemplo, Neder conta que os pacientes são ensinados a realizar um tipo específico de respiração nos momentos de crise. "A ideia é usar os lábios como freios para retardar o esvaziamento pulmonar e, assim, tornar a respiração mais lenta", informa.
               Sem pânico
Vale ressaltar que respirar vagarosamente também é dica de ouro para quem sofre de transtorno do pânico, um quadro caracterizado por ataques repentino de medo. "Durante a crise, a primeira recomendação é sentar e se concentrar na respiração. Isso porque quando ela está acelerada, altera os receptores cerebrais, causando sensação de falta de ar, tontura e taquicardia", explica o médico psiquiatra Daniel Philippi de Negreiros, de Florianópolis (SC).
Inspirar e expirar lentamente pode eliminar 80% das toxinas e blindar o organismo contra encrencas
Quando não controlado, esse processo vira um círculo vicioso e o paciente passa a respirar cada vez mais rápido e a se sentir pior. "Por isso é importante aprender a inspirar e expirar de forma mais lenta. Quando isso acontece, é possível reduzir a duração e a intensidade das crises", diz o especialista.


Aliada do peito
Na lista de complicações amenizadas com um inspira-expira lento, não dá para deixar de fora a pressão arterial - até porque, essa relação foi alvo de um importante estudo feito recentemente na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). No trabalho, o farmacêutico Daniel Zoccal avaliou a pressão sanguínea de ratos submetidos a períodos de 30 segundos de hipóxia crônica intermitente, condição que pode ser observada em situações como a apneia - quando a passagem do ar pela garganta é bloqueada várias vezes durante a noite. Depois de dez dias, ele notou um aumento na pressão dos bichinhos.
Segundo Marcus Vinícius Bolívar Malachias, presidente do Departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), essa e outras pesquisas não deixam dúvidas de que técnicas que estimulam a respiração mais profunda ajudam a controlar os níveis de pressão arterial. "Praticar exercícios respiratórios pode baixar a pressão da mesma forma que os medicamentos em doses iniciais, mas com a vantagem de causar menos efeitos colaterais e estresse", observa.
Para entender um pouco mais sobre essa relação, Malachias explica: "Parece que a contração das artérias diminui devido ao relaxamento provocado pela respiração mais lenta. Como consequência, há uma redução na pressão". Na prática, isso corresponde a um menor risco de ser surpreendido com graves problemas cardiovasculares, como enfarte, derrame e insuficiência cardíaca
A respiração lenta e profunda sinaliza para o nosso cérebro que "não há perigo à vista". Logo, há um potencial de relaxamento intenso
Dose diária de saúde
O melhor de tudo é que respirar profundamente durante 20 ou 30 minutos, diariamente, já traz todos esses efeitos positivos à saúde. "O ideal é reservar um tempinho de manhã, pois a respiração é energizante, o que pode melhorar a qualidade do restante do dia", afirma Cristina Armelin. Caso não haja tempo, o exercício de respiração pode ser feito à noite. "Nesse período, não precisamos de energia, mas é melhor fazer antes de dormir a deixar de praticar", finaliza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário